Vultos da História e da Cultura homenageados em emissão filatélica dos CTT
21 de Abril, 2025

Todos os anos, os CTT cumprem a sua missão de divulgadores de Cultura, registando para a memória futura do nosso país nomes de personalidades que se distinguiram nas mais diversas áreas.
Nesta nova emissão filatélica, a homenagem é feita a oito vultos da História e da Cultura do nosso País: João Domingos Bomtempo (Compositor), Palmira Bastos (Atriz), Nuno Oliveira (Mestre de Equitação), José Cardoso Pires (Escritor), Francisco Pereira de Moura (Economista), Querubim Lapa (Artista Plástico), Joaquim Veríssimo Serrão (Historiador) e Isabel Nóbrega (Escritora).
Eis uma breve biografia de cada um dos homenageados:
João Domingos Bomtempo / 1775-1842
Iniciando o seu ofício em Portugal na Orquestra da Real Câmara, continua os estudos em França, envereda por uma carreira de pianista virtuoso e estreia as suas primeiras composições. Já com fama estabelecida, vai para Londres onde é professor de piano de famílias da aristocracia. Em Lisboa compõe a sua obra-prima, o Requiem Op. 23 (À Memória de Camões). Dirige a escola de música do Conservatório Geral de Arte Dramática, onde desenvolve um novo modelo de pedagogia musical. Compôs concertos, sonatas e fantasias e variações para pianoforte. Na sua obra refletem-se os valores da liberdade individual e da soberania da nação portuguesa.
Palmira Bastos / 1875-1967
Uma das mais conhecidas atrizes portuguesas, estreia-se com 15 anos, durando a sua carreira uns longos 75 anos. Representou no Teatro Nacional D. Maria II, na Companhia Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro e na Companhia Palmira Bastos-Alexandre d’Azevedo. Embora tenha participado em um filme mudo, a sua dedicação foi ao teatro. A última peça que representou, As Árvores Morrem de Pé, foi passada na televisão em 1966, tendo ficado célebre a frase «Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores» dita pela atriz de 90 anos. Foi agraciada com vários prémios e condecorações de que se destaca a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Nuno Oliveira / 1925-1989
Figura emblemática da cultura equestre portuguesa e amante de música clássica, montava sempre acompanhado das obras de Verdi. Reconhecido mundialmente como o último grande Mestre da Equitação Clássica, deixou pelo mundo um enorme número de alunos fiéis aos seus ensinamentos. Grande embaixador da arte equestre, os seus ensinamentos deram a volta ao globo, das Américas à Ásia e mesmo à Oceânia. A sua vida foi dedicada ao ensino e à dressage e acabaria por criar o seu picadeiro, visitado por centenas de alunos de todo o mundo. Foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique.
José Cardoso Pires / 1925-1998
Um dos mais importantes escritores portugueses da segunda metade do século xx, começou por seguir a carreira de jornalista. Criou a revista Almanaque e foi cronista do Diário de Lisboa, entre outros. A sua carreira de escritor é sui generis, pois não se fixa em nenhum género e cada um dos seus livros começa e termina um ciclo de criação literária. O Delfim é considerado a sua obra-prima, mas várias outras são consideradas de excelência, como A Balada da Praia dos Cães. Galardoado com vários prémios, foi condecorado com a Ordem da Liberdade e com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.
Francisco Pereira de Moura / 1925-1998
Professor catedrático, ativista político e opositor do Estado Novo, fundou a Comissão Democrática Eleitoral que deu origem ao MDP/CDE. Preso político, demitido do seu lugar de professor e mantido sob vigilância pela PIDE, após o 25 de Abril de 1974 foi ministro no primeiro, quarto e quinto governos provisórios. Nas eleições constituintes de 1975 consegue cinco assentos parlamentares. Acabou por abandonar a vida política, regressando ao ensino universitário. Prolífico autor na área da Economia, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem da Instrução Pública e com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Joaquim Veríssimo Serrão / 1925-2020
Foi professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, reitor da mesma universidade, presidente da Academia Portuguesa de História e exerceu o métier de historiador. Entre várias obras e centenas de trabalhos de investigação, destaca-se a monumental História de Portugal em 19 volumes, da sua exclusiva autoria. O seu trabalho estendeu-se a universidades de Espanha e de França, bem como ao Brasil e a vários outros países da América Latina. Distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias, entre muitos outros, foi também agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Isabel da Nóbrega / 1925-2021
Ficcionista, jornalista e tradutora, consagrou-se com o romance Viver com os Outros, no qual conjuga a preocupação social com a procura de renovação estética da narrativa. Escreveu romances, peças de teatro, livros infantis, milhares de crónicas para jornais e revistas, bem como para a rádio e a televisão. Foi tradutora de Tolstoi, Erich Maria Remarque e Graham Greene, entre outros. Galardoada com o Prémio Camilo Castelo Branco, Prémio de Literatura Infantil e Juvenil, Prémio de Consagração de Carreira da SPA e Prémio Femina por Mérito na Literatura, foi ainda agraciada com a Ordem do Mérito e a Ordem da Liberdade.
Os oito selos têm uma tiragem de 50 mil exemplares e as obliterações de primeiro dia podem ser feitas nas Lojas CTT dos Restauradores e Chiado, em lisboa, Palácio dos Correios, no Porto, Zarco, no Funchal e Antero de Quental, em Ponta Delgada.
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