CTT apresentam emissão filatélica sobre vultos da história e da cultura
19 de Fevereiro, 2020
Os CTT apresentam esta quarta-feira, dia 19 de fevereiro, uma emissão filatélica dedicada a figuras históricas que, em diversas áreas, marcaram a identidade e a história de Portugal. Este ano a emissão filatélica celebra o poeta António Ribeiro Chiado, o escritor Ruben A., o historiador de cartografia Avelino Teixeira da Mota, o dramaturgo Bernardo Santareno e os pintores Cruzeiro Seixas e Nadir Afonso.
António Ribeiro Chiado (1520-1591) foi um impiedoso cronista social. Notabilizou-se ao denunciar de forma jocosa os vícios de Lisboa e do reino. Apesar de ser autor de obra de qualidade irregular e de não deixar de criticar as intrigas palacianas, representou o Auto da Natural Invenção perante D. João III.
Ruben A., nome por que respondia o escritor, ensaísta e historiador Ruben Andresen Leitão (1920-1975). Predicados evidenciados nos romances O Caranguejo (1954), A Torre de Barbela (1965) e também no póstumo Kaos (1982), os dois últimos de cariz histórico. Registo em que deixou como obra maior a biografia de D. Pedro V (1950), escrita quando era professor de língua e cultura portuguesas no King’s College, de Londres.
Avelino Teixeira da Mota, logo aos 23 anos, impressionou os professores da Escola Naval, para onde entrara quatro anos antes, em 1939, com um meticuloso estudo sobre os problemas técnicos da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães. Era o primeiro sinal do legado de Avelino Teixeira da Mota (1920-1982) na história da cartografia náutica e das relações entre Portugal e África. A ele se deve a desmitificação da existência da Escola de Sagres.
Bernardo Santareno, o tempo como médico nos bacalhoeiros, narrado no volume Nos Mares do Fim do Mundo (1959) e nesse ano vertido na peça teatral O Lugre, ajudou Bernardo Santareno (1920-1980) a definir com mais precisão a amplitude dramática da sua obra. Iniciado na escrita através da poesia, o homem nascido António Martinho do Rosário, em Santarém (de que cooptou o apelido), é por muitos considerado o maior dramaturgo português do século XX.
Cruzeiro Seixas, fiel aos princípios fundadores do surrealismo, de que é um dos percursores em Portugal, o pintor, escultor e poeta Artur Cruzeiro Seixas (1920) sempre viu esta corrente artística mais como modo de agir do que de parecer.
Em vez de resultar de uma pulsão, a criação artística é para Nadir Afonso (1920-2013) a consequência de um processo de apreensão do real e de busca do absoluto através de harmónicas leis matemáticas e geométricas. Abordagem que acompanhou o pintor ao longo de quase oito décadas de carreira e se foi depurando até ao derradeiro período fractal, onde as linhas reproduzem as grandes metrópoles do século XXI. Um percurso coerente de um arquiteto que, em 1946, rumou a Paris para estudar pintura e acabou a trabalhar com o colega Le Corbusier, o pai do urbanismo moderno. Mas também teve oportunidade de o fazer com Óscar Niemeyer, em São Paulo, entre 1951 e 1954.
Esta emissão filatélica é composta por seis selos com uma tiragem de 100 000 exemplares cada e o valor facial de 0,53€ cada. O design dos selos esteve a cargo de Fernando Pensão do Atelier Pendão & Prior e os selos têm um formato de 40X30,6mm.
As obliterações de primeiro dia serão feitas nas lojas dos Restauradores em Lisboa, Munícipio II no Porto, Zarco no Funchal e Antero de Quental em Ponta Delgada.